sexta-feira, 11 de julho de 2008

GRANDE CAMÕES !























Amor é um fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer;É um andar solitário entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.
Camões , a maior figura portuguesa de todos os tempos, fez a poesia tão conhecida de todos, no
meio de uma confusão reinante em que a nau em que seguia no delta de Mecom, e a chinesinha
Dinamene morreu afogada. Em sua homenagem compôs Camões um dos seus sonetos de
inspiração mais delicada e também um dos mais conhecidos:

ALMA MINHA GENTIL, QUE TE PARTISTE
TÃO CEDO DESTA VIDA DESCONTENTE,
REPOUSA LÁ NO CÉU ETERNAMENTE,
E VIVA EU CÁ NA TERRA SEMPRE TRISTE.
SE LÁ NO ASSENTO ETÉRIO ONDE SUBISTE
MEMÓRIA DESTA VIDA SE CONSENTE,
NÃO TE ESQUEÇAS DAQUELE AMOR ARDENTE
QUE JÁ NOS OLHOS MEUS TÃO PURO VISTE.

E SE VIRES QUE PODE MERECER-TE
ALGUMA COISA A DOR QUE ME FICOU
DA MÁGOA, SEM REMÉDIO, DE PERDER-TE.
ROGA A DEUS QUE TEUS ANOS ENCURTOU,
QUE TÃO CEDO DE CÁ ME LEVE A VER-TE
QUÃO CEDO DE MEUS OLHOS TE LEVOU.

Narra a lenda que, nadando apenas com um braço e com o outro estendido acima das ondas, erguendo OS LUSÍADAS, sua obra maior , o poeta logrou atingir o litoral...

Um comentário:

CTL disse...

Camões foi um gênio da escrita, conseguia escrever, brincando com o sentido das palavras, mostrava os dois lados da vida, escrevia sentimentos do cotidiano da sua vida sofrida, como todos, nesta vida maravilhosa.